Brasil: Qual a opinião da população sobre o ensino público X privado?
Comparada com o ensino público, a educação privada é muito popular no Brasil. Além de que, em outubro passado, 27% de todos os estudantes de nível superior no país estavam concentrados em apenas cinco instituições desse tipo, ainda, e de acordo com o YouGov Profiles, a grande maioria dos adultos no país acredita que essa educação é a melhor para se desejar: 62,1% dos entrevistados brasileiros concordam que a educação privada oferece as melhores oportunidades.
Em contrapartida, apenas 11,5% da população do país discorda dessa afirmação. Esses números sugerem que somente um décimo dos brasileiros consideraria o ensino público melhor do que a privada. Embora isso possa parecer uma vitória para instituições como a Colégio Salesiano Santa Teresinha ou o Instituto de Educação José de Paiva Netto, o Profiles também indica que os brasileiros perderam gradualmente sua confiança nas instituições privadas.
Embora essa preferência pela educação privada em relação ao ensino púbico seja válida para todos os nichos da população, há alguns setores que tendem a preferir com mais frequência as instituições governamentais. Por exemplo, os estudantes entre 18 e 24 anos têm uma probabilidade estatisticamente maior de ver a atratividade das escolas públicas, especialmente em comparação com os brasileiros entre 35 e 44 anos. Os homens também tendem a ser mais abertos do que as mulheres com relação a essa questão.
O ensino público também parece ser duas vezes mais popular entre os consumidores de baixa renda (que ganham menos de 75% da média nacional), em comparação com os brasileiros mais abastados. Até mesmo o local onde os entrevistados moram parece influenciar sua percepção sobre a eficácia da educação governamental: 9,9% dos brasileiros do Sudeste parecem estar abertos a esse tipo de educação, em comparação com 14% dos que moram no Norte.
Além disso, o nível de escolaridade e o setor em que se trabalha têm relação com a percepção positiva ou negativa do ensino público, e o privado. Quase um quarto dos brasileiros sem escolaridade formal parece defender o valor da educação oferecida pelos governos, em comparação com apenas 8,8% dos que têm diploma de bacharel. Essa opinião é compartilhada por 14,6% dos que trabalham em organizações não governamentais e civis, em comparação com 8,1% dos que trabalham atualmente no setor privado.
Ensino público ou privado: quem mais aprecia a sua educação?
Independentemente de qual tipo de educação é melhor, está claro (pelos dados do Profiles) que aqueles que preferem a educação privada tendem a ser mais exigentes com as escolas, tanto governamentais quanto particulares. 86,9% dos brasileiros que acreditam que as instituições pagas são melhores acham que o governo deveria se envolver mais em tornar a educação acessível, em comparação com 72% que presumivelmente favorecem as instituições públicas.
Aqueles que preferem a educação privada também têm uma probabilidade estatisticamente maior de dizer que as escolas pagas são elitistas (56.8%, X 43.3% daqueles que preferem o ensino público), e têm duas vezes mais probabilidade de acreditar que as escolas públicas não têm bons padrões educacionais (78,3% vs. 37%). Ironicamente, embora os defensores do ensino privado sejam mais propensos a dizer que o seu ensino os ajudou a progredir e a transmitir competências cruciais, são também os mais propensos a queixar-se de que as suas aulas eram, em última análise, irrelevantes para a sua vida cotidiana.
É importante mencionar que essas altas exigências quanto à qualidade da educação (bem como a relativa desilusão com o aprendizado escolar) podem não ser uma característica exclusiva dos brasileiros que preferem a educação privada, mas algo comum a todos os habitantes do país. De acordo com o YouGov Global Profiles, se comparados com a média internacional, os consumidores no Brasil tendem a dizer com mais frequência que ambos os tipos de instituições deveriam ser mais acessíveis.
Entretanto, a preferência dos brasileiros pela educação privada também se destaca globalmente. Não apenas os consumidores brasileiros são estatisticamente mais propensos do que a média internacional a dizerem que as escolas públicas oferecem as melhores oportunidades para o futuro. Eles também são mais propensos a concordarem que o ensino público não tem os padrões necessários para ser considerado uma educação de qualidade.
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Foto por FG Trade
Metodologia
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.
YouGov Global Profiles é um banco de dados consistente globalmente com mais de 1.000 perguntas em 48 mercados. As informações são baseadas na coleta contínua de dados entre adultos maiores de 16 anos na China e maiores de 18 anos em outros mercados. Os tamanhos de amostra para YouGov Global Profiles flutuam ao longo do tempo, mas o tamanho mínimo de cada amostra é sempre de cerca de 1.000. Os dados para cada mercado usam amostras nacionalmente representativas fora da Índia e dos Emirados Árabes Unidos, que usam amostras representativas da população urbana, e China, Egito, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Taiwan, Tailândia, e Vietnã, que usam amostras representativas da população online. Saiba mais sobre Global Profiles.