Dia da Mulher: Apesar de temerem o futuro profissional, seis a cada 10 brasileiras amam seu emprego
6 de março de 2024, Alejandro R. Chavez

Dia da Mulher: Apesar de temerem o futuro profissional, seis a cada 10 brasileiras amam seu emprego

Apesar dos esforços em todo o mundo, as mulheres ainda não recebem tratamento igualitário em vários aspectos da vida cotidiana, inclusive no trabalho. Em 2021, o índice de desemprego entre as mulheres brasileiras foi estimado em 16,45%, substancialmente menor do que a taxa de 13,20% da média nacional. No âmbito do Dia da Mulher, dados do YouGov Profiles revelam que essa lacuna não existe porque as mulheres do país são avessas ao mercado de trabalho.

Pelo contrário, as brasileiras parecem estar muito mais satisfeitas com sua vida profissional do que seus colegas homens. Em 25 de fevereiro, 60,7% das mulheres entrevistadas pelo Profiles no país disseram que gostavam de seu trabalho. O número é estatisticamente maior do que os 57,7% registrados entre os brasileiros. Essa paixão significativa ocorre apesar de as mulheres brasileiras também serem mais propensas do que os homens a dizer que temem o rumo de suas carreiras (77,1%, contra 75,5%).

Essa paixão superior por seu trabalho não significa que as mulheres no Brasil só pensam em progredir na carreira. Em comparação com os brasileiros, elas são estatisticamente mais propensas a dizer que gostariam de não ter de trabalhar todos os dias, que a família é mais importante do que a carreira e que não gostam que lhes digam o que fazer. Isso sugere que as mulheres brasileiras não estão dispostas a se sacrificar por seu trabalho, o que pode indicar um desejo de se desenvolverem de forma mais holística.

Os setores e indústrias mais ocupados pelas mulheres brasileiras

As mulheres no país também tendem a se envolver em determinadas atividades econômicas com mais frequência do que seus colegas homens. Por exemplo, 14,6% das mulheres brasileiras afirmam estar empregadas no setor de Educação, o ramo econômico mais escolhido pelas mulheres entre as entrevistadas pelo Profiles. Esse número é quase o dobro dos 7,7% dos homens que também afirmam trabalhar no setor de Educação.

Em comparação com os homens, as mulheres brasileiras tendem a escolher com mais frequência os setores de Contabilidade, Serviços Jurídicos e Medicina para seu desenvolvimento profissional. No entanto, grande parte do trabalho das mulheres brasileiras ocorre fora do setor privado: apenas 51% das mulheres brasileiras que trabalham relatam estar empregadas em uma organização com fins lucrativos, abaixo dos 58,5% registrados para os homens. Em contrapartida, as mulheres que trabalham no Brasil têm uma probabilidade estatisticamente maior de serem empregadas em instituições públicas e organizações não governamentais.

É importante observar ainda que o desemprego não é a única força que mantém as mulheres fora do mercado de trabalho brasileiro. De acordo com o Profiles, ainda 13,6% das consumidoras adultas do país afirmam estar desempregadas. Mas 9,3% estão cuidando da casa ou de um membro da família (um número quase cinco vezes maior do que o registrado para o mesmo caso entre os homens). Isso sugere que o trabalho doméstico ou o cuidado com os membros da família impede que as mulheres aceitem empregos.

Para quais empresas as mulheres querem trabalhar no Brasil?

Com os incentivos certos, algumas marcas poderiam estar mais bem posicionadas para convencer essas brasileiras a ingressar no mercado de trabalho. De acordo com o YouGov BrandIndex, entre as mulheres do país, O Boticário é a empresa com a maior pontuação de Reputação corporativa até 22 de fevereiro (os últimos dados disponíveis), com 66,8 pontos. Vale ressaltar que esse indicador reflete quantas pessoas teriam orgulho (ou vergonha) de trabalhar para cada marca analisada.

Ao mesmo tempo, é importante mencionar que O Boticário, na verdade, perdeu quatro pontos de Reputação corporativa entre 2023 e 2024, sugerindo que a marca de beleza e cosméticos vem de fato perdendo apelo entre as mulheres no Brasil. A Nestlé, por outro lado, além de ser a segunda maior pontuação de Reputação corporativa no país, também conseguiu ganhar mais de 13 pontos desde fevereiro do ano passado. Isso sugere um fortalecimento da marca de alimentos entre o público feminino como potencial empregador.

Vale a pena observar ainda que, embora algumas marcas estejam no topo tanto das mulheres quanto do público em geral em Reputação corporativa, as mulheres brasileiras tendem a favorecer um pouco mais determinadas empresas. O Boticário, Nestlé, Coca-Cola, Natura, L'Oréal e Netflix, embora sejam consideradas potencialmente boas empregadoras pelas mulheres e pela população em geral, têm avaliações substancialmente mais altas entre as mulheres brasileiras.

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Foto por Hispanolistic

Metodologia

YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.

YouGov BrandIndex coleta dados sobre milhares de marcas todos os dias. A pontuação do Reputação corporativa das marcas é baseada na pergunta: "Suponha que você estivesse procurando um emprego (ou aconselhando um amigo à procura de um emprego). Em qual das seguintes empresas você TERIA ORGULHO/VERGONHA DE TRABALHAR?" e entregue como uma pontuação líquida entre –100 e + 100. As pontuações são baseadas em uma média de amostra diária de 3437 adultos no Brasil em 22 de fevereiro de 2024. Os números baseiam-se numa média móvel de 52 semanas. Saiba mais sobre BrandIndex.