15 de março de 2024, Alejandro R. Chavez
O Dia de São Patrício será celebrado mundialmente em 17 de março, uma data originalmente concebida para comemorar o santo de mesmo nome, uma das figuras religiosas mais importantes da Irlanda. Hoje, a celebração transcendeu seu significado religioso original e é comemorada em todo o mundo (inclusive no Brasil) com eventos diplomáticos, festas públicas e música e cerveja irlandesa. E é justamente o aspecto da bebida que parece ser menos popular no Brasil.
De acordo com o YouGov Profiles, 29,6% dos consumidores no país dizem que nunca compram bebidas alcoólicas. Outros 20,6% dizem que compram com menos frequência do que uma vez por mês ou que não se lembram com que frequência costumam comprar vinho, cerveja, destilados ou similares. Apenas 4,6% dizem que compram bebidas alcoólicas todos os dias. Embora isso não signifique que os brasileiros só consomem álcool com essa frequência, sugere que metade das pessoas no país nunca bebe (ou bebe muito ocasionalmente).
É importante observar que essas porcentagens variam entre os diferentes segmentos da população. Por exemplo, tanto os jovens de 18 a 24 anos (6,3%) quanto os de 25 a 34 anos (6,8%) são estatisticamente mais propensos a dizer que compram bebidas alcoólicas todos os dias, em comparação com a média nacional. O mesmo se aplica aos homens (5,8%), aos brasileiros que moram com a parceira sem serem casados (6,3%) e àqueles que moram com amigos ou colegas de quarto (13,1%), com filhos menores de 18 anos (6,1%) ou com outros adultos da família além dos pais, como avós ou primos (6,9%).
O Profiles revela até mesmo algumas correlações entre a frequência de compra (e potencialmente de consumo) de álcool e o tipo de emprego dos brasileiros. Em relação à média nacional, aqueles que trabalham nos setores de Manufatura, Construção, Varejo, Serviços Financeiros e TI têm maior probabilidade de comprar bebidas alcoólicas diariamente. O mesmo se aplica aos brasileiros que atualmente têm um emprego em uma empresa privada.
A idade, o gênero e a carreira profissional não são os únicos fatores que diferenciam os brasileiros que mais compram bebidas alcoólicas daqueles que compram (e potencialmente bebem) álcool mais ocasionalmente. Por exemplo, é estatisticamente mais difícil para os consumidores que compram bebidas alcoólicas apenas algumas vezes por mês se contentarem em beber o que todos os outros estão bebendo. Eles também preferem vinho ou cerveja a destilados, não experimentam novas bebidas com tanta frequência e são muito menos propensos a dizer que bebem para ficar bêbados.
Isso não significa que sua relação com o álcool seja nula ou que não apreciem um drinque ocasional. Os brasileiros que compram álcool apenas mensalmente têm maior probabilidade de dizer que vale a pena investir em vinho, cerveja ou destilados de boa qualidade. Eles também são muito mais abertos à forma como os outros consomem álcool: são estatisticamente mais propensos a dizer que é ridículo julgar as pessoas pelo tipo de bebida que escolhem consumir.
Naturalmente, aqueles que compram álcool ocasionalmente também têm uma probabilidade estatisticamente maior de dizer que não precisam de uma bebida para se divertir. No entanto, o Profiles também destaca que os dois grupos são semelhantes em pelo menos um aspecto: em ambos os grupos, cerca de 60% dos adultos pesquisados disseram que costumam beber em casa, em vez de sair.
Qual é a quantidade de álcool que o Brasil consome em comparação com o resto do mundo?
Embora boa parte dos brasileiros não compre bebidas alcoólicas ou não o faça regularmente, o país ainda se destaca do resto do mundo por seu consumo de álcool. De acordo com o YouGov Global Profiles, apenas 45,4% dos consumidores no Brasil concordam com a afirmação "Eu não bebo álcool". Isso significa que mais da metade dos entrevistados pela plataforma, 54,6%, podem ser considerados bebedores, mesmo que seja de forma ocasional e não recorrente.
Esse valor é maior do que os 52,5% registrados para todos os entrevistados da Global Profiles como um todo em todos os mercados pesquisados, mas ainda está longe do valor mais alto registrado no estudo (76,3% na Dinamarca). Também é digno de nota o fato de que os consumidores no Brasil são mais propensos a dizer que bebem para ficar bêbados (15,7%), em comparação com a média global (14,9%). Mas esse número também está abaixo das porcentagens em muitos outros mercados.
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Foto por LPETTET
Metodologia
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.
YouGov Global Profiles é um banco de dados consistente globalmente com mais de 1.000 perguntas em 48 mercados. As informações são baseadas na coleta contínua de dados entre adultos maiores de 16 anos na China e maiores de 18 anos em outros mercados. Os tamanhos de amostra para YouGov Global Profiles flutuam ao longo do tempo, mas o tamanho mínimo de cada amostra é sempre de cerca de 1.000. Os dados para cada mercado usam amostras nacionalmente representativas fora da Índia e dos Emirados Árabes Unidos, que usam amostras representativas da população urbana, e China, Egito, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Taiwan, Tailândia, e Vietnã, que usam amostras representativas da população online. Saiba mais sobre Global Profiles.