Brasil: O sexto país mais obcecado por música do mundo
O show de Madonna, no início de maio, provou várias coisas sobre a indústria musical brasileira. Com mais de R$ 300 milhões em receita revertida para o Rio de Janeiro, reafirmou que o setor ainda é muito lucrativo para artistas e empresas que sabem aproveitar as apresentações. Ele também corroborou que a artista americana ainda é muito popular, já que seu show poderia ter quebrado um recorde mundial do Guinness como o quinto mais assistido da história. Mas o mais importante é que ele provou que muitos brasileiros são obcecados por música.
De fato, de acordo com os dados do YouGov Global Profiles, o Brasil é um dos países com o maior número de pessoas que dizem ter uma relação muito próxima com seus artistas e músicas favoritas. Até o dia 15 de maio, a plataforma aponta que 14,5% dos adultos pesquisados no país se dizem obcecados por música. O percentual é o sexto maior registrado entre os 48 mercados internacionais monitorados pela plataforma, atrás apenas da África do Sul, Turquia, Tailândia, México e Índia.
Em termos gerais, os brasileiros mais jovens são estatisticamente mais propensos a dizer que são obcecados por música (22,4% dos jovens de 18 a 24 anos, bem como 20,6% dos jovens de 25 a 34 anos, dizem isso). O gênero também está ligado a um relacionamento mais próximo com músicas e artistas. De acordo com a Global Profiles, até 15,2% dos homens se dizem obcecados por música, em comparação com apenas 13,9% das mulheres.
Gênero, frequência e canal preferidos para ouvir música
É importante observar que nem todos os consumidores no Brasil ouvem o mesmo tipo de artistas e músicas. De acordo com o YouGov Profiles, em 19 de maio, mais da metade dos adultos no país (51,7%) disse que o pop era seu gênero musical favorito, tornando-o o mais popular no país. Em segundo lugar está o rock, que é considerado o gênero favorito por 43% da população.O terceiro gênero musical mais popular é o cristão, com 36,8%.
Em termos de canais, a mídia digital parece ter conquistado a maioria dos brasileiros: 63,2% dizem que ouvem música por meio de plataformas de streaming. Não muito atrás está o rádio (inclusive digital), que é usado por quase exatamente seis em cada 10 brasileiros. E um pouco mais atrás está a escuta de músicas baixadas da Internet, um método usado por 42% dos entrevistados. Apenas 17,9% dos brasileiros, de acordo com o Profiles, ainda usam regularmente CDs ou vinil.
Em relação à frequência, quatro em cada 10 brasileiros dizem que ouvem música praticamente o tempo todo, todos os dias. Menos de 5% dos adultos pesquisados pela Profiles afirmam que nunca ou quase nunca ouvem músicas. Outro ponto interessante é que a frequência com que a música é apreciada não muda muito, independentemente do gênero musical favorito das pessoas. Embora os fãs de alguns gêneros tenham uma probabilidade um pouco maior de ouvir músicas, artistas e álbuns durante todo o dia, as porcentagens permanecem muito semelhantes.
Ouvir streaming vs. ouvir CDs/vinis
Embora não pareça haver uma diferença estatisticamente significativa nos hábitos de consumo de música de acordo com o gênero favorito dos brasileiros, o mesmo não se aplica àqueles que preferem ouvir suas músicas via streaming e àqueles que preferem os CDs e vinis mais tradicionais. Por exemplo, as pessoas que ouvem música em formato físico são estatisticamente muito mais propensas a dizer que ficam felizes em gastar para apoiar seus artistas favoritos.
Aqueles que ouvem CDs e/ou vinil também são muito mais propensos a dizer que não conseguiriam sobreviver um dia sem ouvir música. Esses brasileiros também parecem ser mais rigorosos com relação ao que esperam dos artistas: 48,5% dos que consomem músicas por meio de canais físicos dizem que é fundamental que os cantores e as bandas tenham uma visão ou crença clara, em comparação com apenas 42,1% dos que preferem o streaming. Eles também têm maior probabilidade de ficarem sobrecarregados com a quantidade de músicas novas lançadas todos os dias.
O fato de alguns brasileiros preferirem CDs e vinis não significa que eles também sejam avessos aos canais digitais. Na verdade, em comparação com os que escutam por streaming, esses amantes de música mais tradicionais são mais propensos a seguir os canais e redes sociais de seus artistas favoritos para se manterem informados sobre as novidades. E, curiosamente, tanto os fãs de canais físicos quanto os que preferem canais digitais estão igualmente abertos a baixar músicas sem pagar.
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Foto por Giselleflissak
Metodologia
YouGov Global Profiles é um banco de dados consistente globalmente com mais de 1.000 perguntas em 48 mercados. As informações são baseadas na coleta contínua de dados entre adultos maiores de 16 anos na China e maiores de 18 anos em outros mercados. Os tamanhos de amostra para YouGov Global Profiles flutuam ao longo do tempo, mas o tamanho mínimo de cada amostra é sempre de cerca de 1.000. Os dados para cada mercado usam amostras nacionalmente representativas fora da Índia e dos Emirados Árabes Unidos, que usam amostras representativas da população urbana, e China, Egito, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Taiwan, Tailândia, e Vietnã, que usam amostras representativas da população online. Saiba mais sobre Global Profiles.
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.