Brasil: torcedores do futebol se voltam para o metaverso

Brasil: torcedores do futebol se voltam para o metaverso

Alejandro R. Chavez - 23 de fevereiro de 2023

Conceitos como o metaverso, jogos de vídeo e moedas criptográficas ganharam rapidamente popularidade em apenas alguns anos. Estas tendências não são apenas seguidas por empresas ansiosas por atraírem a atenção dos consumidores: o público em geral também está ansioso por mais maneiras de interagir com outras pessoas, fazer compras e se divertir em espaços digitais. No Brasil, um setor em particular se destaca pelo seu interesse por esses temas: os torcedores de futebol.

Segundo o YouGov Profiles, aproximadamente três em cada 10 pessoas no Brasil afirmam ir regularmente a jogos de futebol nos estádios, sintonizar ao vivo na TV ou receber as últimas notícias de programas ou publicações especializadas. Dentro desta população, quase oito em cada 10 pessoas jogam videogames. Nacionalmente, a porcentagem é muito menor, de apenas 64%.

Um fenômeno semelhante ocorre na aceitação de criptomoedas, como a Bitcoin. Enquanto apenas 42% da população em geral no Brasil considera estes ativos como o futuro das transações financeiras, a porcentagem é de 44% entre os fãs do futebol. Da mesma forma, 58% dos amantes do futebol do país concordam que tecnologias como as Realidades Virtual Aumentada (VR/AR) lhes permitem experimentar produtos antes de comprá-los, em comparação com apenas a metade da população geral.

Vale lembrar que o metaverso é frequentemente definido como um "ambiente virtual persistente, que permite o acesso e a interoperabilidade de várias realidades virtuais". Para muitos especialistas, é uma evolução natural da Internet em direção a um espaço onde os mesmos serviços que podem ser utilizados on-line hoje podem ser acessados, mas utilizando tecnologia que permite interagir "diretamente" com produtos, serviços e plataformas digitais através de avatares.

Neste contexto, os torcedores de futebol no Brasil já desejam as experiências e facilidades que um metaverso poderia permitir num futuro próximo, com mais freqüência do que a população geral. 79% dos fãs de futebol brasileiros concorda: as marcas precisam inovar para se promoverem a si mesmas e seus produtos, em comparação com 71% da população geral. Mais de quatro em cada 10 torcedores do futebol também querem experiências de marca que lhes permitam publicar grande conteúdo nas mídias sociais, contra apenas 38% da média nacional.

Também é estatisticamente mais comum para os fãs do futebol brasileiro desejarem que todas as empresas possuam aplicativos fáceis de usar para compras on-line, preferirem o comércio eletrônico a ir a lojas físicas, e serem os primeiras nos seus grupos de amigos a experimentarem novas tecnologias, em comparação com a população brasileira em geral. Isto sugere que estratégias para o metaverso dirigidas aos amantes do futebol no Brasil seriam mais eficazes do que aquelas destinadas a capturar a totalidade do público.

Em alguns aspectos, os hábitos de consumo dos torcedores do futebol no Brasil já demonstram esse interesse pelo metaverso e espaços digitais. Por exemplo, este grupo da população tem o dobro de probabilidade de possuir um fone de ouvido VR ou um console de videogame, em comparação com o público que não acompanha regularmente o futebol (4% X 2% e 40% X 22%, respectivamente). Isto indica que os fãs do futebol estão agora mais prontos para abraçar o metaverso do que o resto dos brasileiros.

O YouGov BrandIndex também indica que os fãs do futebol no Brasil têm uma visão mais favorável das marcas e empresas que já estão dando alguns passos tímidos em direção ao metaverso. Fortnite e Minecraft, jogos de vídeo que são considerados por muitos como os primeiros experimentos num metaverso funcional, têm classificações mais altas no Índice Geral de Saúde da Marca entre os fãs do futebol do que entre a população geral do país (12,4 X 9, e 19,5 X 18,4, respectivamente).

Da mesma forma, aquelas marcas que nasceram como sistemas e serviços puramente digitais têm melhor reputação entre os torcedores do futebol do que os jogadores mais tradicionais do seu setor. Por exemplo, somente no setor de serviços financeiros, PayPal e Mercado Pago superam de longe os bancos tradicionais (tais como Santander, Bradesco, Citibank e Nossa Caixa) nos seus Índices Gerais de Saúde da Marca. Isto sugere, mais uma vez, que o interesse dos brasileiros amantes do futebol pelo metaverso não é apenas uma atração difusa: já existem sementes muito claras que as marcas agora podem explorar.

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Metodologia

YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.

YouGov BrandIndex coleta dados sobre milhares de marcas todos os dias. As pontuações do Índice geral da marcas se baseia na notas médias de Impressão geral, Valor, Qualidade, Reputação corporativa, Satisfação do cliente e Recomendação e entregue como uma pontuação líquida entre -100 e +100. As pontuações são baseadas em uma amostra média de 3922 adultos no Brasil pesquisados ​​entre 1 de janeiro y el 31 de dezembro de 2022. Saiba mais sobre o BrandIndex.