5 de abril de 2023, Alejandro R. Chavez
Uma das indústrias que mais sentiu o peso da pandemia da COVID-19 foi o turismo, e por boas razões. Muitos países simplesmente suspenderam a entrada e saída de visitantes estrangeiros e a maioria das atividades relacionadas ao turismo (alimentação fora do lar, viagens a locais turísticos e entretenimento ao ar livre, etc.) foram simplesmente suspensas com as medidas de distanciamento social. Em geral, a atividade turística internacional diminuiu 69% em 2021 e 37% em 2022 em comparação com 2019, em dados da Organização Mundial do Turismo.
Mas com o retorno às atividades regulares, a indústria do turismo está pronta para uma forte recuperação neste ano. Isto se reflete no novo Global Travel & Tourism Whitepaper 2023 da YouGov, realizado com dados da YouGov Surveys e YouGov Global Travel Profiles. De acordo com o estudo, 67% dos consumidores em todo o mundo planejam fazer uma viagem de lazer durante o ano. Além disso, mais de um quarto das pessoas estão planejando pelo menos três viagens ao longo de 2023, seja por motivos de lazer, negócios ou pessoais.
Não só está claro que o relaxamento das medidas de saúde levou os consumidores em todo o mundo a retomarem as atividades turísticas, mas também parece que isso poderia levar a fortes repercussões econômicas. De acordo com o whitepaper, 35% dos entrevistados globais concordam que as viagens se tornaram mais importantes desde o início da pandemia COVID-19. Especificamente, entre os usuários na região das Américas, a porcentagem é de 31%.
Consumidores de alta renda são os mais interessados em viajar
A recuperação da indústria do turismo que está se configurando para este ano beneficiaria particularmente os destinos e empresas do nicho de luxo, uma vez que os consumidores afluentes (com renda superior a 200% da média) são os mais interessados em viajar. De acordo com a YouGov, este nicho tem mais probabilidade de dizer que é apaixonado pelo turismo do que a média global (75% vs 64%), considera as férias e viagens mais frequentemente como o tópico que mais lhe interessa (52% vs 42% da média global) e têm mais probabilidade de viajar pelo menos três vezes por ano do que o público de modo geral (38% vs 28%).
De fato, diferenças muito cruciais entre esses consumidores afluentes e a média geral já podem ser observadas nas atividades turísticas que eles realizaram nos últimos 12 meses. Por exemplo, os viajantes afluentes têm mais do dobro da probabilidade de terem feito uma viagem de negócios no ano passado do que a população em geral (16% vs. 7%). Eles também são substancialmente mais propensos a gastar mais em férias e viagens após a pandemia do que a média geral (21% X. 13%).
As diferenças são ainda mais marcantes quando se compara a população geral com os viajantes mais jovens (entre 18 e 34 anos): esses consumidores mais jovens têm quase três vezes mais probabilidade de terem feito uma viagem de trem de luxo nos últimos 12 meses do que o resto da população (9% vs. 3%), e mais do dobro de probabilidade de terem feito uma viagem de negócios do que uma viagem de férias (5% vs. 11%). Quase um em cada 10 jovens consumidores afluentes jovens também diz ter comprado uma casa de férias, em comparação com os 4% da população em geral.
Certas atividades turísticas de luxo já estão no radar desses consumidores afluentes, especialmente aquelas que envolvem fugir do barulho e do caos da vida cotidiana. Três em cada 10 pessoas nesse nicho dizem estarem dispostas a pagar mais por espaços na natureza ou em um local remoto, privado e isolado, quer estejam comprando uma experiência específica e única (31%) ou apenas procurando uma vila/chalé (27%). Quase um quarto desse público, por outro lado, está procurando por visitas guiadas que lhes permitam conhecer e se conectar com a cultura local dos destinos que visitam.
Mas há também um interesse muito claro entre os consumidores afluentes por atividades turísticas de luxo mais tradicionais: 18% deste nicho gostaria de visitar um destino de aventura, 24% gostaria de visitar as cidades mais populares do mundo e pouco mais de um quinto gostaria de experimentar viagens na primeira classe (21%) ou experiências gourmet com chefs renomados (23%). Um em cada 10 viajantes de alta renda até gostaria de viajar em iates particulares ou cruzeiros de luxo, voar num helicóptero ou jato e alugar um espaço em uma ilha de luxo.
Embora não seja surpresa que consumidores mais abastados sejam mais propensos a procurar experiências de viagem de luxo em 2023, o interesse por viagens de luxo é verdadeiramente global: 22% da população mundial diz que buscará destinos com ofertas de luxo para seu próximo destino, e pouco menos de um quarto dará prioridade à busca de serviços de qualidade. Neste sentido, podemos esperar que, neste ano, além de ser a recuperação do setor turístico em geral, seja também um período de enorme crescimento para as experiências mais exclusivas que a indústria pode oferecer.
Baixe o novo whitepaper da YouGov sobre o estado global do consumo no setor turístico para descobrir outros dados-chave de 18 mercados internacionais, incluindo:
- Quais as características do turismo de luxo após a pandemia
- Que tipo de experiências de turismo de luxo os consumidores médios e afluentes estão procurando
- Por quais experiências eles estão dispostos a pagar
- O que eles esperam de suas futuras experiências de viagens de luxo
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Foto por Thomas Barwick
Metodologia
Os dados da Global travel & tourism whitepaper 2023 foram extraídos de uma enquete realizada com o YouGov Survey para entender como está o turismo de luxo na pós-pandemia, explorar experiências de turismo de luxo e o que os consumidores afluentes estão procurando/ quais são suas futuras aspirações de viagem.
A pesquisa cobre 18 mercados globais com mais de 19.000 participantes. Os resultados da pesquisa foram complementados conectando os dados dos entrevistados com a solução do YouGov para a indústria de viagens e turismo, Global Travel Profiles, permitindo-nos combinar as respostas dos entrevistados com mais de 100.000 atributos de consumidor que temos coletado consistentemente para segmentação e perfilagem de audiências.
A enquete foi conduzida de 9 a 23 de novembro de 2022. O painel do YouGov fornece uma representação naturalmente precisa e representativa da população. Os dados são ajustados com uma leve ponderação, utilizando características demográficas interligadas.
O tamanho da amostra varia de 514 a 1503 entrevistados, dependendo do país analisado, mas em todos os casos eles são representativos nacionalmente da população com 18 anos ou mais, exceto no caso do México (onde a amostra é representativa da população nacional com 18 anos ou mais), com foco urbano), Índia (representativa da população urbana com 18 anos ou mais), Hong Kong e Indonésia ( representativa da população online com 18 anos ou mais), Austrália (nacionalmente representativa da população com 16 anos ou mais) e China (representativa da população online com 16 anos ou mais).