Global: Hábitos digitais transformam o consumo dos esportes

O esporte e os avanços tecnológicos sempre estiveram intimamente ligados. Muitas das modalidades mais populares da atualidade, como a Fórmula 1, devem a sua existência às principais inovações da história humana. Mas até mesmo as modalidades mais antigas e "tradicionais" introduzem novas tecnologias e sistemas (por meio de melhorias nos equipamentos, jogadores ou instalações) que aprimoram o jogo, como um todo. No entanto, a mudança mais importante que o esporte sofreu recentemente como resultado de inovações tecnológicas tem a ver com o seu consumo.

Segundo o novo relatório internacional da YouGov, The Global Sports Media Landscape 2023, o consumo de conteúdo esportivo em todo o mundo é cada vez mais dominado pelos canais digitais. Globalmente, 67% das pessoas acompanham uma modalidade esportiva regularmente (nos últimos 30 dias) por meio de uma plataforma. Desses fãs, mais da metade (53%) assiste a confrontos e jogos por meio de videoclipes e destaques. 25% dos amantes dos esportes em todo o mundo dizem que, normalmente, não assistem mais a jogos completos.

Esse fenômeno pode ser uma resposta direta à aparente perda de atenção da população geral em nível internacional, que - por sua vez - está intimamente relacionada à nova forma de consumo de conteúdo trazida pelos recentes avanços tecnológicos. De fato, essa tendência é particularmente forte em mercados com uma cultura tecnológica muito mais arraigada (como a China e Hong-Kong), mas, mesmo em países mais tradicionais (como a Itália), mais de quatro em cada 10 fãs incluem (ou consomem exclusivamente) vídeos em tamanho reduzido na sua dieta esportiva.

Os jovens estão liderando a digitalização do consumo desportivo

Como acontece em outras áreas, os consumidores mais jovens estão na vanguarda do consumo de esportes digitais no mundo todo. Enquanto apenas um quarto dos fãs internacionais assiste às suas modalidades favoritas exclusivamente por meio de vídeos curtos e destaques, esse número é de 34% entre adultos de 18 a 24 anos. Em comparação, apenas 17% dos entrevistados com mais de 55 anos afirmam que só assistem vídeos esportivos de tamanho reduzido.

A digitalização do consumo de esportes e a liderança dos jovens nessa transição também se refletem nos canais específicos usados globalmente para acompanhar jogos e notícias. Globalmente, o principal canal pelo qual os fãs de esportes interagem com suas modalidades favoritas continua sendo a TV ao vivo, usada por mais da metade da população. Mas as redes sociais são um segundo lugar muito próximo, preferida por um terço dos entrevistados.

A diferença entre esses dois canais está diminuindo e se invertendo entre os fãs com idade entre 18 e 24 anos: 41% acompanham seus esportes favoritos nas mídias sociais, em comparação com apenas 31% que o faz pela TV ao vivo. Outros canais digitais que também são muito mais populares do que a TV tradicional entre os adultos mais jovens incluem: conteúdo de vídeo on-line, tanto ao vivo quanto gravado (32% e 31%, respectivamente). Porém, mesmo entre os torcedores com mais de 55 anos, 19% deles usam as mídias sociais para acompanhar notícias sobre seus times, jogadores e ligas favoritas.

Oportunidades para serviços de streaming

A digitalização do consumo de esportes em escala global representa uma oportunidade única para plataformas especializadas em Vídeo-On-Demand (VoD). Na verdade, um bom número de fãs já está recorrendo a essas opções: 29% das pessoas que acompanham qualquer esporte regularmente já têm assinaturas de streaming, como o NFL+ Game Pass, para acessar conteúdo que não está disponível em outros canais. O número, claramente, é substancialmente maior entre os jovens: 34% entre os adultos de 19 a 24 anos e 39% entre os de 25 a 34 anos.

Aqueles que assinaram essas plataformas também estão consumindo mais conteúdo: de acordo com o estudo da YouGov, 70% desses fãs dizem que estão um pouco ou muito mais propensos a assistirem mais esportes do que antes. Também vale a pena observar que nem todas as modalidades estão gerando o mesmo interesse pelos sites de VoD: globalmente, 53% dos fãs que já assinaram plataformas com conteúdo esportivo exclusivo as compraram para assistir futebol, em comparação com apenas 25% que as compraram para assistir basquete (a segunda modalidade mais assinada).

No entanto, também vale a pena observar que os fãs de esportes não são indiferentes aos problemas que levaram outros usuários de streaming a cancelar suas assinaturas. Por exemplo, nos Estados Unidos, 34% das pessoas que acompanham alguma modalidade e provavelmente deixarão de pagar por alguma plataforma de VoD dizem que já têm muitas assinaturas. 33% dizem que não usam seus serviços o suficiente para justificar o custo, e outros 30% dizem que é mais barato cancelar.

Descarregue o novo relatório do YouGov sobre o estado global do consumo dos esportes para descobrir outros dados-chave de 18 mercados internacionais, incluindo:

• Por meio de quais plataformas os fãs consomem esportes?
• Qual é o nível de interação de acordo com a idade?
• Quais são as plataformas favoritas para o consumo de conteúdo desportivo?
• Que tipo de conteúdo desportivo os fãs preferem
• Quantas pessoas assinam uma plataforma de streaming de esportes
• Como os hábitos de consumo das pessoas que têm essas assinaturas estão mudando

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Foto por svetikd

Metodologia

Os dados do The Global Sports Media Landscape foram tomados de uma enquete realizada com o YouGov Survey entender os desafios e oportunidades para o esporte em um ambiente de mídia em evolução, como o consumo de conteúdo esportivo está mudando e o que as organizações esportivas devem fazer para se adaptar ao novo comportamento de uso da mídia.

A pesquisa abrange 18 mercados globais com mais de 19.000 entrevistados. Os resultados da pesquisa foram complementados pela conexão dos dados dos entrevistados com as soluções de dados proprietárias da YouGov especificamente para o setor de esportes.

A pesquisa foi realizada de 11 a 30 de novembro de 2022. O painel da YouGov fornece uma representação naturalmente precisa e representativa da população. Os dados são ajustados com uma leve ponderação, usando características demográficas interligadas.

Os tamanhos das amostras variam de 515 a 2082 entrevistados, dependendo do país analisado, mas em todos os casos são representativos da população em nível nacional, exceto no caso do México e da Índia (onde a amostra é representativa da população nacional, com foco urbano) e de Hong Kong, China e Indonésia (onde a amostra é representativa da população on-line).