Brasil: Confira a diferença salarial entre homens e mulheres
No mercado de trabalho brasileiro, homens e mulheres ainda não são iguais. De acordo com o primeiro relatório de transparência salarial do Governo Federal, a média de salário das trabalhadoras brasileiras é 19,4% menor do que a de seus colegas homens. As diferenças são ainda mais claras em cargos de liderança (onde as trabalhadoras ganham 25,2% menos do que seus colegas homens) e entre a população negra (onde as mulheres ganham apenas 68% do que ganham os homens).
Os números da YouGov Profiles corroboram essa história. Em 7 de abril, 82,7% dos entrevistados pela plataforma relataram ter uma renda baixa (menos de 75% da média). O número, entretanto, é estatisticamente maior entre as mulheres brasileiras, com 84,2%. Entre os homens, o percentual é de apenas 81,3%. O fato de as trabalhadoras do país terem maior probabilidade de viver em uma situação economicamente mais precária pode ser um reflexo dessa desigualdade salarial.
Vale ressaltar que a diferença salarial entre homens e mulheres também pode se refletir na situação financeira geral das famílias: de acordo com a Profiles, 14,3% das mulheres brasileiras afirmam que as finanças de suas famílias pioraram nos últimos 12 meses, um número estatisticamente maior do que os 13,5% registrados para os homens. Ao mesmo tempo, embora as mulheres tenham maior probabilidade de esperar que suas finanças domésticas melhorem no próximo ano, elas também têm maior probabilidade de dizer que não têm uma ideia clara de como as coisas mudarão.
Como é a diferença salarial entre homens e mulheres?
A precariedade econômica de ganhar substancialmente menos do que os trabalhadores do sexo masculino parece ter um impacto em vários aspectos da vida das mulheres brasileiras. Cerca de um terço de todos os pesquisados pela Profiles no Brasil se identificam como brasileiras de baixa renda. E entre elas, apenas 40,7% dizem se sentir financeiramente seguras. Em contraste, a porcentagem para o restante da população (todos os homens e mulheres de renda média ou alta) é de 44,7%, um número estatisticamente mais alto.
As mulheres de baixa renda também têm uma probabilidade substancialmente menor, em comparação com o resto do Brasil, de dizer que estão procurando maneiras lucrativas de investir seu dinheiro (54,3% vs. 60,5%) e que seriam capazes de sobreviver a uma crise financeira pessoal, como perder a casa ou ir à falência (27,2% vs. 33,8%, respectivamente). Isso faz sentido, considerando que, se elas ganham menos dinheiro do que os homens brasileiros, seu orçamento deixa menos espaço para poupança ou investimento.
Mas a diferença salarial entre homens e mulheres pode ter incentivado alguns bons hábitos entre as brasileiras que mais sofrem com isso. De acordo com a Profiles, as mulheres de baixa renda no país têm maior probabilidade do que o restante da população adulta de dizer que planejam economizar mais no próximo ano e que o empréstimo é o último recurso. Elas são ainda menos propensas a dizer que não teriam seguro se pudessem evitá-lo e mais propensas a dizer que estão em melhor situação financeira do que no ano passado. Nesse sentido, a redução da desigualdade salarial poderia colocar as brasileiras em uma posição financeira mais forte no longo prazo, se eles conseguirem manter esses hábitos econômicos.
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Foto por JohnnyGreig
Metodologia
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.