Quanto os brasileiros têm poupado e por quê?
Em todas as etapas da vida, a poupança é uma ferramenta financeira fundamental para o público. Na juventude, ela permite o acesso a produtos e serviços que seriam difíceis de adquirir no curto prazo, tais como produtos de luxo ou férias. Na vida adulta, facilita a realização de grandes investimentos, como a compra de um carro ou de uma casa. E na velhice, é crucial que as pessoas possam descansar e desfrutar da última etapa de suas vidas sem preocupações com a saúde ou a subsistência.
Porém, dados da YouGov Profiles que muitos consumidores brasileiros não têm economias suficientes. Em janeiro de 2023, 51% das pessoas no país possuíam menos de R$ 500 poupados. Destes, cerca de um quinto não tinha nenhum dinheiro economizado. Considerando que a partir deste ano o salário mínimo no Brasil é de R$ 1.302,00, isso significa que pouco mais da metade dos entrevistados não têm nem mesmo um salário mínimo poupado.
Essa situação permanece mais ou menos semelhante entre grupos etários, sexo e estado civil. No entanto, certos brasileiros são estatisticamente mais propensos a ter mais ou menos economia, dependendo de certas características demográficas. Por exemplo, é mais comum que os homens tenham mais de 20.000 reais aforrados do que as mulheres (16% vs. 11%); que os jovens de 18-24 anos quase não tenham poupado em comparação com os de 55 anos ou mais velhos (63% vs. 46%); e que os indivíduos casados tenham o dobro da probabilidade de poupar mais de 20.000 reais do que os indivíduos solteiros (20% vs. 8%).
Os perfis também sugerem que algumas atitudes em relação às finanças pessoais estão relacionadas com a quantidade de economias que os brasileiros possuem. Por exemplo, pessoas com mais de 20.000 reais de poupança têm maior probabilidade estatística de buscar ativamente oportunidades de investimento lucrativo do que pessoas com menos de 500 reais poupados. É também levemente mais comum que pessoas com pouca economia sejam compradores compulsivos do que aquelas com mais dinheiro economizado.
Um fenômeno semelhante ocorre com a crença de que é importante estar segurado para tudo (40% das pessoas com menos de 500 reais em poupança concordam, contra 53% das pessoas com mais de 20 mil reais aforrados), ou com aqueles que concordam que é estressante estar endividado (74% entre o público com menos de 500 reais contra 80% entre os aforradores com mais de 20 mil reais), e entre aqueles que dizem que só usam cartões de crédito e empréstimos bancários em casos de emergências (52% contra 64%, respectivamente).
Entretanto, é importante notar que estes números não indicam necessariamente que pessoas com melhores hábitos financeiros poderão aspirar a ter mais dinheiro economizado. O maior fator no tocante a quanto os consumidores brasileiros economizam parece ser o seu nível de renda e o tipo de ativos que possuem.
Segundo dados da Profiles, pessoas com 20.000 reais - ou mais - aforrados têm mais probabilidade de possuir contas de poupança ou de aposentadoria (63%), títulos da dívida local (34%) e bens de propriedade, bens de luxo e/ou outros ativos de investimento (26%) do que o público geral (44%, 15% e 8%, respectivamente). Por outro lado, os brasileiros com menos de 500 reais de poupança são muito mais propensos a não terem instrumentos de investimento em comparação com a média da população nacional (43% contra 29%).
Uma evolução clara também pode ser vista na quantidade de pessoas que têm uma certa quantidade de economia se forem divididas de acordo com seu nível de renda. Apenas 9% dos brasileiros que ganham 75% ou menos do que a média nacional têm mais de R$ 20.000 poupados, em comparação com mais da metade dos que ganham mais do dobro da média. Assim, pelo menos no Brasil, o fator mais importante para determinar o quanto uma pessoa ainda tem de economia é o seu salário.
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Foto de Daniel Dan
Metodologia
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.