Dia do Livro: A América Latina lê mais do que outros países?
O dia 23 de abril marca o Dia Internacional do Livro, uma data oficialmente promovida pela UNESCO desde 1988 para incentivar a leitura em todo o mundo. Apesar da prevalência de outras formas de entretenimento digital (como TV, streaming e videogames), os dados da YouGov Global Profiles sugerem que o consumo de romances, contos, revistas e afins continua muito popular em todo o mundo: quatro em cada 10 de todos os consumidores pesquisados consideram a leitura como um dos passatempos de que gostam em seu tempo livre.
A leitura é estatisticamente mais popular nos países da América Latina: entre os entrevistados pela plataforma na região, 42,3% consideram a leitura (de um livro, revista etc.) como um dos hobbies que gostam de fazer em seu tempo livre. Embora a porcentagem seja estatisticamente menor do que em regiões como a Europa (onde é de 48,8%), é suficiente para que essa atividade seja classificada como o segundo hobby favorito dos latino-americanos, atrás apenas de assistir à TV.
Entretanto, os leitores latinos são bastante ocasionais. De acordo com a Global Profiles, apenas 39,4% dos entrevistados na região se consideram leitores ávidos ou regulares. A grande maioria (55,4%) lê um livro ou revista apenas ocasionalmente ou esporadicamente. Nesse contexto, os consumidores de quase todas as outras regiões pesquisadas (com exceção do Oriente Médio) são estatisticamente mais propensos a dizer que a leitura é um hábito recorrente.
O perfil do leitor latino-americano
Vale a pena observar que nem todos os consumidores latino-americanos passam a mesma quantidade de tempo lendo um livro que os outros. De fato, há algumas características que parecem estar estatisticamente mais ligadas ao hábito da leitura. Por exemplo, há diferenças marcantes por idade, especialmente entre adultos mais velhos e mais jovens: apenas 36,9% dos entrevistados entre 18 e 24 anos se consideram leitores ávidos ou regulares, em comparação com quase metade da faixa etária acima de 55 anos.
Existe uma diferença de gênero semelhante: quatro em cada 10 mulheres pesquisadas na América Latina pela Global Profiles se consideram leitoras ávidas ou regulares. Em contrapartida, apenas um pouco mais de um terço dos homens da região lê um livro com a mesma frequência. A leitura também parece ser estatisticamente mais frequente entre os casados (ou em uma união civil), divorciados e viúvos, em comparação com os solteiros ou aqueles que vivem (sem estar casados) com um parceiro.
Até mesmo a ocupação do consumidor tem um efeito sobre o quanto os latinos tendem a ler. Mais da metade dos que trabalham nos setores de Educação, Telecomunicações e Tecnologia da Informação (TI) e Jurídico se consideram leitores ávidos ou regulares. Em contrapartida, a leitura recorrente é estatisticamente menos comum entre os que trabalham no setor de transportes. Isso pode ser explicado pelo fato de que, simplesmente, ler um livro nem sempre é para entretenimento.
Posições de cada país da região em relação à leitura
De modo geral, os consumidores mexicanos parecem ter uma relação mais próxima com a leitura. Quatro em cada 10 pessoas no México dizem que tentam terminar um livro antes de todo mundo, estatisticamente mais do que qualquer outro mercado na região. Quase 60% também dizem que costumam recomendar romances, contos ou similares a seus amigos. Na Argentina, Colômbia e Brasil, a porcentagem de consumidores que fazem o mesmo é inferior a 50%.
Os brasileiros têm um nível de entusiasmo por livros semelhante ao dos mexicanos em alguns aspectos. Por exemplo, cerca de 40% dos consumidores em ambos os mercados dizem que gostam de se manter atualizados e ler as obras mais recentes. Uma porcentagem semelhante no México e no Brasil também diz que tende a ser obcecada por um tipo ou categoria de livro de cada vez.
A Colômbia, por sua vez, só se assemelha ao México no fato de que aproximadamente 55% dos entrevistados da Global Profiles em ambos os mercados tentam encontrar séries literárias que possam consumir seu tempo a longo prazo. E quando se trata da Argentina, ela se destaca como o exato oposto do México: a leitura não parece ser um interesse particularmente querido. Prova disso é que apenas 42,4% dos argentinos acreditam que ler um livro torna as pessoas melhores, a porcentagem mais baixa da região.
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Foto por Alejandra de la Fuente
Metodologia
YouGov Global Profiles é um banco de dados consistente globalmente com mais de 1.000 perguntas em 48 mercados. As informações são baseadas na coleta contínua de dados entre adultos maiores de 16 anos na China e maiores de 18 anos em outros mercados. Os tamanhos de amostra para YouGov Global Profiles flutuam ao longo do tempo, mas o tamanho mínimo de cada amostra é sempre de cerca de 1.000. Os dados para cada mercado usam amostras nacionalmente representativas fora da Índia e dos Emirados Árabes Unidos, que usam amostras representativas da população urbana, e China, Egito, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Taiwan, Tailândia, e Vietnã, que usam amostras representativas da população online. Saiba mais sobre Global Profiles.