10 de maio de 2023, Alejandro R. Chavez
(Este artigo foi ao ar originalmente em 9 de janeiro de 2023)
Tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Realidade Aumentada (AR) ainda estão em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Embora alguns projetos já estejam disponíveis para o mercado consumidor em geral, seu uso generalizado ainda está a anos de distância. No entanto, as empresas de telecomunicações serão cruciais para a implementação de muitas dessas inovações, pois planos de dados robustos serão necessários para levá-los aos consumidores. E no Brasil, alguns players do mercado já se posicionam como claros favoritos.
Segundo dados do YouGov Profiles, a marca que atualmente parece ter mais repercussão entre esses brasileiros que buscam adotar inovações tecnológicas o mais rápido possível é a TIM. 25% dos consumidores que dizem ter interesse em experimentar os produtos, serviços e aplicativos mais avançados afirmam ter seu plano móvel atual com esta marca. Cabe destacar que, em termos líquidos, a Claro e a Vivo apresentam uma porcentagem de clientes neste segmento superior à TIM (30% e 29%, respectivamente).
No entanto, isso se deve ao fato de Claro e Vivo terem uma participação maior que a TIM no mercado geral (29% cada). No entanto, o controle de 25% da TIM entre os tecnológicos brasileiros representa uma diferença estatisticamente significativa em relação aos 23% de controle do mercado de telecomunicações que a população em geral detém. Isso, em outras palavras, significa que os consumidores brasileiros interessados em tecnologias inovadoras são mais propensos a escolher a TIM como sua principal operadora móvel do que a população em geral. Essa diferença estatisticamente significativa não existe nos casos da Claro e da Vivo.
Vale destacar que a operadora móvel preferida dos consumidores brasileiros mais interessados nas tecnologias mais avançadas muda conforme a inovação que ela representa. Por exemplo, é estatisticamente mais comum que os consumidores que concordam que a IA ajudará os humanos na maioria de suas tarefas diárias escolham a TIM ou a Vivo como sua principal operadora móvel, em comparação com a população em geral. Exatamente o mesmo fenômeno, em porcentagens semelhantes, ocorre entre os brasileiros convictos de que o 5G trará mudanças positivas em suas vidas.
Algo interessante está acontecendo no nicho de consumidores que estão convencidos de que os wearables (produtos de tecnologia para vestir, como relógios que controlam batimentos cardíacos etc) são a próxima “grande novidade” do mercado. Nenhuma das grandes operadoras móveis (Claro, Vivo, TIM ou Oi) tem uma participação estatisticamente diferente entre esses brasileiros em comparação com a situação da população em geral. Quem se destaca são as pequenas marcas.
Por exemplo, a operadora móvel Net tem uma participação de mercado próxima a 0% da população em geral. Mas entre os consumidores brasileiros que reconhecem o potencial dos wearables, sua participação no mercado é de 1%. E para todos os outros provedores de serviços móveis no Brasil (incluindo CTBC, Sercomtel, Nextel e Porto Seguro Conecta), a participação de mercado entre os consumidores apaixonados por wearables é de 9%, ante 4% da população em geral; um aumento de mais que o dobro.
A diferença líquida na participação de mercado dessas marcas entre os brasileiros que amam wearables e a população em geral pode não parecer grande, mas fala de nichos de mercado na indústria de telecomunicações que podem ser explorados por empresas que sabem como apreciá-los.
Mercado das telecoms está mudando
O fato de TIM, Vivo e as operadoras menores de telefonia móvel serem hoje as marcas preferidas do mercado pelos consumidores brasileiros interessados em tecnologia não significa que serão para sempre. Muito pelo contrário: um segmento importante desse nicho pensa em mudar de operadora nos próximos meses, numa tendência que se acelera.
De acordo com o YouGov BrandIndex, em termos gerais, entre os consumidores brasileiros que costumam se interessar em ter os produtos, serviços e aplicativos tecnologicamente mais avançados, a operadora móvel com maior índice de Consideração é a Claro, com nota 17,5. Essa medida expressa, em percentual, quantas pessoas desse nicho considerariam comprar serviços de telefonia móvel dessa marca em sua próxima transação.
A pontuação da TIM neste indicador é de 15,3, não muito atrás da Claro. Mas entre 2021 e 2022, a Claro melhorou sua nota de Consideração em 2,9 pontos. A TIM, por sua vez, cresceu apenas 1,8 ponto neste mesmo período. Isso sugere que, embora a TIM seja atualmente a provedora móvel mais popular entre os consumidores brasileiros experientes e conhecedores de tecnologia, seus rivais podem ultrapassá-la em breve.
E considerando que o setor das telecomunicações terá um peso crucial no desenvolvimento da IA, dos vestíveis e de outras tecnologias inovadoras, as diferentes marcas desta indústria devem continuar a trabalhar para aumentar a sua atratividade junto destes consumidores tecnológicos. Caso contrário, existe o risco de que até mesmo rivais que controlam menos de 1% do mercado geral possam obter o controle de clientes ativos e valiosos no futuro.
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Metodologia
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.
YouGov BrandIndex coleta dados sobre milhares de marcas todos os dias. As pontuações do Consideração da Operadoras de telefonía móvel se baseia na pergunta: “Se você está pensando em comprar ou se subscrever a serviços (por exemplo serviços anteriormente mencionados) de qual dos seguintes você consideraria comprar?” e entregue como uma porcentagem. As pontuações são baseadas em uma amostra média de 607 adultos no Brasil pesquisados entre entre 1 de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022. Saiba mais sobre o BrandIndex.