Brasil: Cada vez menos pessoas têm tempo para cozinhar

Brasil: Cada vez menos pessoas têm tempo para cozinhar

Alejandro R. Chavez - 23 de março de 2023

Cozinhar pode ser uma atividade consumidora de tempo, especialmente se você estiver preparando pratos para várias pessoas ou comida por vários dias. Cozinhar também envolve a compra de suprimentos e itens de limpeza, assim como a preparação da própria comida. Isto faz com que cozinhar muitas vezes pareça incompatível com a vida cotidiana. No Brasil especificamente, cada vez mais pessoas parecem estar convencidas de que o ato de cozinhar sozinho não se encaixa em seus estilos de vida.

De acordo com a YouGov Profiles, a porcentagem de brasileiros que dizem que seu estilo de vida não lhes permite preparar sua própria comida aumentou rapidamente durante os últimos três anos. Atualmente, 47% dos consumidores do país ainda acredita que suas atividades diárias não os impedem de dedicar parte do seu dia à cozinha, mas em 2021, a porcentagem era de 52%. No outro lado da moeda, a porcentagem de brasileiros que dizem não ter tempo para preparar seus alimentos aumentou de 27% em 2021 para 31% em 2023.

Vale notar que o declínio na popularidade do preparo de alimentos não é igual em todo o país. De fato, os brasileiros que mais frequentemente relatam não ter tempo para cozinhar também tendem a pertencer aos grupos demográficos historicamente mais favorecidos: homens (34%, contra 28% das mulheres), jovens de 18-24 anos (34%, contra 25% dos adultos acima de 55 anos) e pessoas com renda acima do dobro da média (34%, contra 31% dos que ganham 75% ou menos da média).

Alimentos congelados e comidas "para viagem" irão substituir o preparo de alimentos?

Enquanto mais brasileiros dizem que seu estilo de vida atual os impede de cozinhar por si mesmos, duas outras tendências parecem estar em ascensão: o uso de alimentos congelados e o pedido de comida para levar ou fast food. Em 2021, 35% dos consumidores do país ou não rejeitaram, ou concordaram que era muito mais conveniente comer enquanto faziam alguma outra atividade, ou indo a um outro lugar, do que sentar-se para consumir seus alimentos. Em 2023, a porcentagem já é de 40%.

Por outro lado, a porcentagem de pessoas que não rejeitaram ou concordaram que alimentos congelados são melhores do que alimentos frescos era de 14% em 2021. O número chegou a 18% em 2023. Isto, embora metade dos brasileiros seja da opinião de que comer fora deveria ser reservado apenas para "ocasiões especiais", e que menos de três em cada dez consumidores no país consideram que os alimentos congelados oferecem uma melhor relação custo-benefício do que a comida fresca.

Estas mudanças, embora reduzidas, indicam uma tendência consistente no país que sugere a presença de mais consumidores que preferem opções de alimentação mais práticas. Isto não significa que, dentro de alguns anos, a maioria das pessoas no Brasil decidirá que comer fora ou ingerir congelados é melhor do que cozinhar. Entretanto, isto pode significar que as marcas que oferecem produtos que reduzem (ou eliminam) o tempo de preparo têm uma grande oportunidade à sua frente.

As marcas que foram beneficiadas com a mudança no Brasil

Hoje, já pode observar-se que algumas marcas estão conquistando o afeto dos brasileiros que preferem as opções congeladas ou para viagem. De acordo com a YouGov BrandIndex, Nestlé, Sadia, Perdigão, Garoto e Seara são, nesta ordem, as marcas de alimentos embalados que acumularam os mais altos índices de Satisfação no Brasil entre a população geral em 2022. McDonald's, Burger King, Subway, Bob's e Habib's, por sua vez, foram os restaurantes que acumularam as melhores pontuações de Satisfação entre todos os locais de fast food analisados.

Mas as marcas do topo em ambas as categorias são ligeiramente diferentes se se considerar apenas os nichos que preferem alimentos congelados ou para viagem. Entre os brasileiros que em 2022 discordaram sobre os alimentos frescos serem melhores do que os congelados, a Perdigão ficou relegada ao quinto lugar no ranking, superada pela Garoto e Seara.

Entre os consumidores que não estão acostumados com a ideia tradicional de sentar-se para jantar, embora o McDonald's permaneça no topo, o Subway troca de posição com o Burger King, enquanto o Habib's consegue ultrapassar o Bob's na lista. Se os hábitos alimentares e de preparação de refeições dos brasileiros continuarem a mudar no longo prazo, e as marcas de comida jogarem bem as suas cartas, esses nichos podem se tornar consumidores ainda mais fiéis do que parecem ser agora.

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Foto por Compassionate Eye Foundation/Steven Errico

Metodologia

YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.

YouGov BrandIndex coleta dados sobre milhares de marcas todos os dias. As pontuações do Satisfação do cliente das marcas do consumidor ou serviços de entrega de comida se baseiam na pergunta: “De quais das seguintes marcas do consumidor ou serviços de entrega de comida você se considera um/uma "CLIENTE SATISFEITO/A" ou um/uma "CLIENTE INSATISFEITO/A"?” e entregue como uma pontuação líquida entre -100 e +100. As pontuações são baseadas em uma amostra média de 143 adultos no Brasil pesquisados ​​entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2022. Saiba mais sobre o BrandIndex.