Como são os brasileiros que compram produtos de segunda mão (e quais lojas eles preferem)?
(Este artigo foi ao ar originalmente em 2 de dezembro de 2022)
Os bens de segunda mão criaram uma economia global multibilionária, avaliada em US$ 119 bilhões até o final de 2022 e que pode quase dobrar de valor até o final de 2026.
Este enorme crescimento pode ser explicado pelas vantagens que estes produtos apresentam ao nível da economia familiar (tendem a ser mais acessíveis), do emprego (podem representar uma boa fonte de rendimento) e até do ambiente (aumentam a vida útil de muitos bens, evitando que se transformem em desperdício rapidamente).
E no Brasil, especificamente, boa parte da população está aberta à compra desse tipo de produto. De acordo com o YouGov Profiles, apenas um quarto da população em geral no país está permanentemente fechada para comprar roupas ou acessórios de segunda mão. Outros 28% não têm certeza se em algum momento o fariam ou não, mas a grande maioria (quase metade dos brasileiros) compraria esse tipo de produto se encontrasse uma boa oportunidade.
É claro que estar aberto à ideia de produtos de segunda mão não significa necessariamente que metade dos consumidores brasileiros já tenha comprado algum desses produtos ou que os prefira a produtos novos. Na verdade, de acordo com o Profiles, apenas um quarto da população do país diz diretamente que prefere comprar usado.
Os consumidores que preferem produtos de segunda mão têm características muito específicas no Brasil. Por gênero, há mais mulheres do que homens entre os brasileiros que preferem produtos de segunda mão a novos; com 53% do total. No entanto, importa destacar que não existem diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres quanto à preferência por produtos de segunda mão. Ou seja, há mais brasileiras do que brasileiros no grupo de consumidores que preferem bens de segunda mão só porque há mais mulheres no país.
Em termos de idade, os adultos entre 18 e 44 anos são estatisticamente mais propensos a dizer que preferem comprar produtos de segunda mão do que os consumidores mais velhos. Especificamente, os brasileiros entre 25 e 34 anos são o maior grupo de consumidores que preferem comprar produtos de segunda mão, pois representam 27% do total.
Ao olharmos a população por situação profissional, os brasileiros que estatisticamente preferem produtos de segunda mão com mais frequência são os desempregados temporários e os estudantes. Curiosamente, a ideia de preferir esses tipos de produtos a itens novos é mais fortemente rejeitada pelos consumidores aposentados.
Relativamente a todos os consumidores que preferem produtos em segunda mão, o maior grupo na divisão por situação profissional são os trabalhadores de período integral (38% do total), seguidos dos desempregados (16%) e dos trabalhadores a tempo parcial (onze%).
A situação familiar também influencia fortemente a preferência do consumidor brasileiro por itens de segunda mão. O YouGov Profiles indica que as pessoas que têm filhos com menos de 18 anos, ou que estão esperando um bebê, são estatisticamente mais propensas a preferir coisas de segunda mão a produtos novos, em comparação com a população em geral.
Por estado civil, os solteiros são estatisticamente mais propensos a preferir produtos de segunda mão do que produtos novos. Em termos gerais, os solteiros também são a maior população entre os consumidores que preferem itens de segunda mão (35% do total), seguidos pelo público casado (34%).
Onde os brasileiros que preferem itens de segunda mão compram seus itens?
Esse público também é muito específico nos canais onde compram seus produtos. Em termos gerais, três em cada 10 brasileiros que compram itens de segunda mão o fazem em lojas físicas tradicionais especializadas em usados. Um percentual semelhante os compra em sites estrangeiros. Amigos e parentes, feira de quinquilharias e anúncios classificados em jornais são outros canais comuns para esse nicho.
Especificamente quando se trata de websites, nem todas as plataformas onde se encontram itens usados geram a mesma confiança entre os brasileiros que preferem comprar de segunda mão. Segundo dados do YouGov BrandIndex, o maior índice de satisfação em 2022 entre as lojas on-line que oferecem produtos usados foi obtido pelo Mercado Livre (30,4), seguido pela Amazon (20,2) e AliExpress (12,8).
Já no indicador Qualidade, a plataforma on-line com produtos usados mais bem avaliada em 2022 entre os consumidores que preferem itens de segunda mão foi a Amazon, com nota 42,4. Mercado Livre e Casasbahia ficaram em segundo e terceiro lugar nesse ranking, com notas de 34,3 e 19,9, respectivamente.
Explore nossos datos vivos – e gratuitamente
Para receber mais informações e análises de revendedores todos os meses, registre-se aquí.
Para ler os útimos artigos da YouGov para o setor varejo, explore o website aquí.
Tome decisões de negócios mais inteligentes com melhores sistemas de análise de mercado. Descubra exatamente o que seu público está pensando com a ajuda de nosso painel de mais de 22 milhões de membros. Contate-nos.
Foto por Cultura RM Exclusive/Frank and Helena
Metodología
YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.
YouGov BrandIndex coleta dados sobre milhares de marcas todos os dias. As pontuações do Qualidade da marcas on-line se baseia na pergunta: “Qual marca on-line a seguir você acha que apresenta MÁ/BOA QUALIDADE?” e entregue como a net score between -100 and +100. As pontuações do Satisfação do cliente da marcas on-line se baseia na pergunta: “De quais marcas on-line a seguir você se considera um CLIENTE INSATISFEITO/CLIENTE SATISFEITO” e entregue como a net score between -100 and +100. As pontuações são baseadas em uma amostra média de 184 adultos no Brasil pesquisados entre 1º de janeiro e 21 de dezembro de 2022. Saiba mais sobre o BrandIndex.