Mulheres e jovens brasileiros estão ficando para trás em questões de investimento
25 de janeiro de 2023, Alejandro R. Chavez

Mulheres e jovens brasileiros estão ficando para trás em questões de investimento

(Este artigo foi ao ar originalmente em 15 de dezembro de 2022)

As condições econômicas e do mercado de trabalho nos últimos anos indicam que o investimento pessoal deve desempenhar um papel cada vez maior nos planos de aposentadoria dos consumidores em todo o mundo. No Brasil, no entanto, tanto os jovens quanto as mulheres parecem estar ficando para trás em sua preparação financeira futura.

De acordo com dados do YouGov Profiles, de forma geral, cerca de 44% da população geral do Brasil se considera financeiramente estável. Mas, entre as mulheres e jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, a proporção de consumidores que acreditam no mesmo é de 43% e 40%, dados com diferença estatisticamente significativa face ao público nacional.

Ou seja, jovens brasileiros (de ambos os sexos) e mulheres brasileiras (independentemente da idade) sentem-se consistentemente mais inseguros sobre suas perspectivas financeiras.

Essa vulnerabilidade financeira não parece estar motivando mulheres e jovens a se interessarem mais por investimentos, pelo contrário. Por faixa etária, o grupo de brasileiros entre 18 e 24 anos é o que menos afirma estar planejando aumentar a poupança no próximo ano (68% dos pesquisados, ante 76% que afirmaram isso na população em geral)

E na comparação por gênero, 48% das mulheres garantiram que investir em ações e ativos na bolsa parece muito arriscado, uma diferença estatisticamente significativa em comparação com 45% da população em geral e 43% dos homens brasileiros em particular.

Parte dessa vulnerabilidade financeira, bem como uma relutância em se aventurar mais no mundo dos investimentos, parece originar-se de um sentimento de desconhecimento sobre questões financeiras. Os dados da ferramenta Profiles indicam que o percentual de consumidores brasileiros que se sentem confusos ao discutir finanças é de 39% entre a população em geral. Mas essa proporção dispara tanto para os jovens (45%) quanto para as mulheres (42%).

Mas, nem tudo está perdido para esses dois grupos. Em vez de impulsionar o investimento em geral entre essas duas populações, uma maneira melhor de promover a participação de mulheres e jovens no mercado de ações poderia ser o foco em campanhas de comunicação especialmente desenhadas para as atividades específicas nas quais eles já demonstram um alto nível de interesse.

As mulheres, por exemplo, são as que mais rejeitam a ideia de que a poupança não serve para nada: 45% dos brasileiros discordam que não adianta ter esses instrumentos financeiros, contra a média nacional de 41% e 37% entre os consumidores masculinos.

No caso dos jovens, 31% dizem gostar de correr riscos na hora de comprar e vender ações e outros ativos na bolsa, diferença estatisticamente significativa em relação à média nacional de 23% e 12% dos brasileiros com mais de 55 anos (que, em muitos dos indicadores de saúde e prontidão financeira, estão no topo).

Uma abordagem voltada para a promoção apenas de produtos financeiros e de investimentos que interessem às mulheres e aos jovens brasileiros não só faz sentido em termos de mídia, mas também em termos de mercado. E não são só esses dois grupos populacionais que, em geral, têm menos instrumentos de investimento e poupança em todo o Brasil.

Os dados do YouGov Profiles revelam que as mulheres têm substancialmente menos contas de poupança do que os homens e a população em geral, apesar de reconhecer sua utilidade. E no caso dos jovens, eles são a população que menos investe na categoria “Outro investimento/prefiro não dizer”, onde podem ser considerados ativos de maior risco como ações de empresas ou criptomoedas.

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Foto de Daniel Dan

Metodologia

YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, sexo, educação e região. Saiba mais sobre o Profiles.