Brasil: De que forma os brasileiros apostam?
Os brasileiros tendem a jogar com mais frequência do que o consumidor global médio. Segundo dados do YouGov Gambling Profiles, 30,8% dos consumidores no país afirmam apostar pelo menos uma vez por mês, um número acima da média de 25,1% entre os 24 mercados internacionais pesquisados pela plataforma. O Brasil também é um dos países onde a maioria das pessoas joga todos os dias (5,2% dizem que o fazem com essa frequência), atrás apenas da África do Sul e da Índia. É também um dos mercados em que o menor número de pessoas afirma não ter jogado nenhuma vez nos últimos 12 meses.
Os apostadores brasileiros (aqueles que dizem que apostam pelo menos uma vez por mês) também tendem a possuir uma visão mais positiva da atividade em geral e do setor em particular, em comparação com a média dos apostadores em todo o mundo. Por exemplo, seis em cada 10 apostadores no Brasil dizem que apostariam mais se fosse mais fácil fazê-lo, e outros 54% dizem que gostam da atividade. Internacionalmente, os números são 46,5% e 39,4%, respectivamente.
Como foi mencionado acima, os apostadores brasileiros também defendem vigorosamente o setor e suas práticas. Mais da metade desses consumidores no Brasil diz que é apropriado que as marcas de apostas patrocinem equipes esportivas e atletas, enquanto quatro em cada 10 dizem que as regulamentações que envolvem os jogos de azar são muito severas. Ao mesmo tempo, esses consumidores no país são particularmente duros com o governo: a maioria também acredita que as autoridades deveriam fazer mais para proteger adequadamente os apostadores.
O que os apostadores brasileiros estão jogando?
Embora o setor de jogos de azar tenha formatos para praticamente todos os tipos de consumidores, há um estilo que é substancialmente mais popular do que os outros: a loteria. De acordo com a Gambling Profiles, pouco menos da metade dos brasileiros que apostam pelo menos uma vez por mês também dizem que planejam jogar na loteria nos próximos três meses. O segundo formato mais popular é o de sorteios para ganhar prêmios físicos, como carros (30% dos apostadores brasileiros pretendem jogar nos próximos três meses), seguido por apostas on-line ligadas a um evento esportivo (26%).
Embora essas preferências se mantenham de modo geral em todas as faixas etárias e divisões de gênero, certos nichos da população brasileira são estatisticamente mais propensos a preferir determinados tipos de jogos de azar. Por exemplo, os apostadores com mais de 55 anos tendem a preferir a loteria com muito mais frequência (60,3%) do que os brasileiros mais jovens (23,4% entre os apostadores de 18 a 24 anos). Por outro lado, os apostadores mais jovens têm maior probabilidade de preferir jogos de cassino (como o pôquer, a roleta e o Blackjack) on-line do que os brasileiros mais velhos (19,2% contra 12,3%, para consumidores com idade entre 18 e 24 anos e 55 anos ou mais, respectivamente).
Essas mesmas lacunas existem nas divisões de gênero. As mulheres brasileiras que apostam pelo menos uma vez por mês são estatisticamente mais propensas do que os homens a preferir loterias, ir a cassinos, participar de rifas, jogar bingo (on-line ou em estabelecimentos físicos) e até mesmo participar de jogos de fantasia. Por outro lado, os jogadores do sexo masculino no Brasil têm claramente uma afinidade maior com apostas diretamente ligadas a eventos esportivos (incluindo esportes eletrônicos) e apostas financeiras.
Apostas on-line e off-line
Os brasileiros são particularmente versáteis em termos dos canais que preferem usar para apostar. Dos 11 formatos de apostas monitorados pela Gambling Profiles que também podem ser feitos tanto on-line quanto em canais tradicionais, os entrevistados brasileiros que apostam pelo menos uma vez por mês, cinco deles são feitos com mais frequência por meio de plataformas digitais e cinco são feitos com mais frequência em ambientes físicos. O último é feito com frequência praticamente igual, tanto online quanto offline.
Os brasileiros que gostam de jogos de azar são estatisticamente mais propensos a preferir jogar na loteria, rifas, bingo, adivinhar resultados esportivos e raspadinhas e ganhar em canais físicos tradicionais, de acordo com a ferramenta YouGov. Por outro lado, os jogos de cassino de mesa, pôquer, jogos de habilidade (como a tíivia), esportes de fantasia e, especialmente, apostas esportivas são muito mais populares nos canais digitais. A única categoria que é jogada basicamente com a mesma frequência on-line e off-line são os jogos do tipo caça-níqueis.
Para as marcas do setor, essas preferências on/offline dos brasileiros podem ser cruciais a médio e longo prazo. Embora a tendência pareça indicar que a maioria das atividades de jogos de azar está migrando para o mundo digital, essas estatísticas confirmam que ainda há muitos formatos que preferem ser realizados em ambientes tradicionais. Dessa forma, as empresas do setor devem garantir que continuarão a oferecer espaços adequados para os brasileiros que gostam de jogar dessa forma, ou correrão o risco de perder consumidores valiosos.
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Foto por Michael Blann
Metodologia
YouGov Global Profiles é um banco de dados consistente globalmente com mais de 1.000 perguntas em 48 mercados. As informações são baseadas na coleta contínua de dados entre adultos maiores de 16 anos na China e maiores de 18 anos em outros mercados. Os tamanhos de amostra para YouGov Global Profiles flutuam ao longo do tempo, mas o tamanho mínimo de cada amostra é sempre de cerca de 1.000. Os dados para cada mercado usam amostras nacionalmente representativas fora da Índia e dos Emirados Árabes Unidos, que usam amostras representativas da população urbana, e China, Egito, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Taiwan, Tailândia, e Vietnã, que usam amostras representativas da população online. Saiba mais sobre Global Profiles.