Brasil: Apenas 43,5% são fiéis à sua marca de celular atual
20 de julho de 2023, Alejandro R. Chavez

Brasil: Apenas 43,5% são fiéis à sua marca de celular atual

Os smartphones se tornaram um dos dispositivos mais indispensáveis para a grande maioria dos consumidores no mundo inteiro. Tanto na vida pessoal quanto na profissional, eles são hoje a principal ferramenta usada pela maioria das pessoas para comunicação, pesquisa, entretenimento e consumo. Ele se tornou tão indispensável que boa parte da população global leva seu smartphone consigo até ao banheiro com frequência.

Mas isso não significa necessariamente que todos os consumidores tenham sempre uma relação tão próxima com as marcas de smartphones. O caso do Brasil é um exemplo perfeito dessa situação. Segundo dados do YouGov Telco Profiles, apenas 43.5% dos consumidores do país afirmam ser fiéis a uma única marca de smartphone. A porcentagem é estatisticamente menor do que a média global de 49,6%, revelando que os brasileiros não têm o mesmo nível de afeição e conexão com os fabricantes de telefones que muitos outros consumidores ao redor do mundo parecem ter.

O anterior pode ocorrer porque, em termos gerais, os brasileiros não usam seus smartphones de forma particularmente intensa. Das 40 atividades diárias que podem ser realizadas nesses dispositivos rastreados pela Telco Profiles, os brasileiros são estatisticamente menos propensos a realizar 29 delas em comparação com a média global. Exemplos proeminentes incluem fazer chamadas de voz (que apenas 22,8% dos brasileiros fazem, contra 34,1% do público global) e verificar as previsões do tempo (13,2% contra 22,5%, respectivamente).

Como seu telefone celular é fabricado, um ponto crucial para os brasileiros

A Telco Profiles também indica que, em comparação com os consumidores de outras partes do mundo, é muito importante para os brasileiros saber como foi o processo para ter o novo aparelho em suas mãos. 38,2% dos consumidores do país afirmam que o uso de materiais de qualidade é um fator importante na compra de outro aparelho, um número que é quase o dobro da média global de 13,8%. Os brasileiros também são estatisticamente mais propensos do que a média global a prestar mais atenção a aspectos como impacto ecológico e padrões éticos na cadeia de produção.

Do ponto de vista técnico, os recursos que mais importam para os brasileiros ao comprar um novo celular são o tamanho da memória interna (crucial para 79,9% da população pesquisada), a duração da bateria (75,4%) e a qualidade da câmera (64,4%). Recursos como o fato de o dispositivo ser à prova d'água, ser facilmente personalizável e poder ser usado para pagamentos sem contato (como no Apple Pay) são quase tão importantes para os brasileiros quanto a média global.

É importante observar que, embora os brasileiros possam não ser particularmente fiéis a nenhuma marca de telefone celular, há empresas que estão claramente atendendo melhor às preferências brasileiras. Quase 43% dos consumidores dizem que usam um Samsung como seu telefone principal, a marca mais popular no Brasil por uma grande margem. A Motorola é a segunda empresa mais bem-sucedida, com uma participação de mercado de 21,7%. Menos de um em cada 10 brasileiros possui um celular Xiaomi ou Apple.

Brasil, um dos países menos satisfeitos com seu serviço móvel

Além de não serem muito fiéis a uma determinada marca de celular, os consumidores brasileiros também não parecem sentir muita afeição por suas operadoras telefônicas. No geral, apenas 68,9% das pessoas dizem estar satisfeitas com sua operadora de telecomunicações, um número estatisticamente inferior à média global (77,7%) e o segundo mais baixo entre os registrados pela Telco Profiles, atrás apenas da China (63,3%). Em quase todos os aspectos de seu serviço móvel, do preço ao atendimento ao cliente, os brasileiros têm menos probabilidade de estarem satisfeitos (em comparação com a média internacional).

Em particular, as questões que mais deixam os brasileiros insatisfeitos são: o sinal ruim em ambientes fechados (33,2% dos entrevistados no país se dizem incomodados com esse problema) e o atendimento ao cliente (19,8% consideram esse aspecto deficiente). Por outro lado, as questões que causam menos dor de cabeça para os consumidores no país são a dificuldade de pagamento, a disponibilidade de equipamentos adequados às suas necessidades ou a falta de tarifas atraentes para usar seu número no exterior (um problema para apenas 2%, 2,1% e 2,2% dos consumidores, respectivamente).

Talvez porque tendem a estar mais insatisfeitos com sua operadora de telefonia móvel, os brasileiros são mais propensos a trocar de operadora do que outros consumidores em todo o mundo. Uma em cada 10 pessoas no Brasil afirma que mudaria para outra operadora de celular em menos de três meses, em comparação com 7,2% dos entrevistados internacionais que fariam o mesmo. Outros 10,4% fariam isso em um prazo de três a 12 meses e 8% estão determinados a fazer isso no futuro, mesmo que leve mais de um ano para fazer a mudança.

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Foto por Tim Robberts

Metodologia

YouGov Profiles é baseado em dados coletados continuamente e pesquisas contínuas, em vez de um único questionário limitado. Os dados de perfis para o Brasil são nacionalmente representativos e ponderados por idade, gênero e região. Saiba mais sobre o Profiles.